Pisa No Chão Devagar

Sabedoria popular e leveza em "Pisa No Chão Devagar"

"Pisa No Chão Devagar", de Augusto Calheiros, transmite uma mensagem clara de humildade e respeito aos limites, especialmente ao aconselhar: “Quem quer ser mais do que é / Fica pior do que está / Quem anda na terra alheia / Pisa no chão devagar”. Esses versos refletem a sabedoria popular presente nas canções sertanejas e regionais, destacando a importância de agir com cautela, principalmente em ambientes desconhecidos. O tom simples e descontraído da letra, junto à voz marcante de Calheiros, transporta o ouvinte para o universo rural, onde o aprendizado vem da experiência e da observação do cotidiano.

A música também aborda gratidão e respeito às mulheres, como em “Eu quero bem às mulheres / Porque delas sou nascido / Não quero que ninguém diga / Que eu sou mal-agradecido”. Calheiros demonstra reconhecimento e afeto, evitando qualquer sinal de ingratidão. Já o trecho “Moça bonita é veneno / Mata tudo que é vivente / Embebeda as criaturas / Tira a vergonha da gente” usa uma metáfora bem-humorada para mostrar o poder de sedução e o fascínio da beleza feminina, sugerindo tanto o encanto quanto o perigo das paixões intensas. O verso “Onde tem moça bonita / Meu coração não sossega” reforça a ideia de inquietação e desejo, temas comuns no repertório regional.

Nos versos finais, como “Eu fui lá não sei aonde / Visitar não sei a quem / Saí assim não sei como / Morrendo não sei por quem”, a canção adota um tom leve e autoirônico, mostrando um narrador entregue às emoções e ao mistério do amor. Mesmo sem detalhes biográficos sobre a inspiração da música, a letra se encaixa no estilo de Augusto Calheiros, valorizando a simplicidade, a sabedoria popular e o humor sutil.