Hunger

Crítica ao vazio existencial em "Hunger" de AURORA

Em "Hunger", AURORA utiliza a repetição da palavra "hunger" para abordar não apenas a fome literal, mas principalmente um vazio existencial e a insatisfação constante presentes na sociedade atual. Segundo a própria artista, a música faz uma crítica direta ao consumismo e à busca incessante por poder e satisfação material. Isso fica claro em versos como “All we ever had is hunger / All we never get is power” (Tudo o que sempre tivemos é fome / Tudo o que nunca conseguimos é poder), mostrando que, apesar dos esforços para conquistar mais dinheiro, status ou bens, o sentimento predominante é sempre o de carência, nunca de plenitude.

A letra traz metáforas marcantes para ilustrar essa dinâmica. O trecho “Your body is a garden / Cared for or forgotten / Kill me with medicine / Heal me with poison” (Seu corpo é um jardim / Cuidado ou esquecido / Mate-me com remédio / Cure-me com veneno) fala sobre a dualidade entre cuidado e negligência, tanto consigo mesmo quanto com o mundo. Já a imagem de “naked people under work machines” (pessoas nuas sob máquinas de trabalho) reforça a desumanização causada pelo sistema produtivo, onde as pessoas perdem sua individualidade. Ao perguntar “Would you ever feed each other?” (Vocês algum dia alimentariam uns aos outros?), AURORA provoca uma reflexão sobre a falta de empatia e solidariedade, sugerindo que, ao priorizar desejos superficiais, acabamos negligenciando relações humanas verdadeiras e o bem-estar coletivo. A atmosfera sombria da música intensifica essa crítica, tornando "Hunger" um retrato sensível das contradições do comportamento humano moderno.