Obra de Deus
Avaré e Jataí
Quando à tardinha vai morrendo no horizonte
E o sol atrás do monte começa a se esconder
Igual a nós também parece cansado
De um dia atarefado também vai se recolher
Aqui no rancho tem um banquinho de fora
Sento ali com a viola contemplar o entardecer
Raios marcando lá no céu o fim do dia
Oh! meu Deus que maravilha, canto pra lhe agradecer
A noite desce, ainda estou ali sentado
Olhando admirado a lua vindo absoluta
Surgem estrelas com suas caudas luminosas
Cortam o céu ambiciosas, seu lindo clarão disputam
Ponteio a viola ecoando lá na mata
Fazendo uma serenata pra cabocla que me escuta
Volto pra dentro, vou dormir um bocaquinho
No meu colchão de capim descansar pra nova luta
No outro dia acordo com a passarada
Fazendo grande alvorada ao dia que já nasceu
O sol surgindo no morro arregalado
Mostrando recuperado do dia que antecedeu
Vou lá pra roça cuidar da plantação
Feliz de quem no sertão tem o lugarzinho seu
Você, seu moço, é um privilegiado
Deve dizer obrigado por esta obra de Deus
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