M.I.A.

O trauma e a culpa em "M.I.A." do Avenged Sevenfold

"M.I.A." do Avenged Sevenfold aborda de forma direta o impacto psicológico e moral vivido por soldados em combate, especialmente após o retorno para casa. O título, sigla para "Missing In Action" (Desaparecido em Combate), já sugere não só a perda física, mas também a sensação de alienação e a crise de identidade enfrentada por quem sobrevive à guerra. A inspiração veio das conversas de M. Shadows com amigos que serviram na Guerra do Iraque, o que traz autenticidade à narrativa. Isso fica claro em versos como “Levei a vida deles para que não levassem a minha”, que expõem o conflito entre a necessidade de sobreviver e o peso do remorso.

A letra alterna entre cenas do horror do campo de batalha — “Staring at the carnage, praying that the Sun would never rise” (Olhando para a carnificina, rezando para que o sol nunca nasça) — e reflexões sobre as consequências emocionais dessas experiências, como o sentimento de não pertencimento: “I walk your land but don't belong” (Caminho pela sua terra, mas não pertenço). O trecho “A murderer walks your street tonight / Forgive me for my crimes, don't forget that I was so young” (Um assassino caminha pela sua rua esta noite / Perdoe-me pelos meus crimes, não esqueça que eu era tão jovem) mostra como o trauma e a culpa acompanham o soldado, tornando-o um "desaparecido" não só fisicamente, mas também em sua própria consciência. A música vai além da crítica à guerra, explorando a desumanização e o sofrimento silencioso de quem sobrevive ao combate.