(D)eath

Ambiguidade entre sonho e morte em “(D)eath” do Avenged Sevenfold

O título “(D)eath”, com o “D” entre parênteses, já aponta para a ambiguidade central da música: ela oscila entre a morte e o sonho. Esse detalhe estilístico se conecta à repetição da expressão “in my dreams” (“em meus sonhos”) ao longo da letra, sugerindo que as ações descritas — como acordar, escrever uma nota de despedida e observar a cidade de um ponto alto — podem acontecer apenas no campo dos pensamentos ou fantasias, e não necessariamente na realidade.

A letra aborda de forma direta o desejo de escapar das dificuldades da vida, tratando o suicídio como uma possível busca por liberdade ou alívio. O verso “I make myself more comfortable with the edge / I leap into the darkest night” (“Eu me sinto mais confortável com o limite / Eu salto para a noite mais escura”) sugere a contemplação do ato de pular de um lugar alto. No entanto, a presença constante do sonho como cenário indica que essa experiência é vivida de maneira introspectiva, funcionando como uma forma de processar emoções intensas sem agir de fato. O sentimento de satisfação e liberdade ao “voar” no sonho, expresso em “Wind on my face it satisfies / I never have felt so alive” (“O vento no meu rosto me satisfaz / Nunca me senti tão vivo”), revela a complexidade dos pensamentos suicidas: mesmo diante do sofrimento, existe o desejo de se sentir vivo e livre, ainda que apenas na imaginação. Assim, a música propõe uma reflexão sobre mortalidade e busca de sentido diante das adversidades, temas frequentes na obra do Avenged Sevenfold.