Anabolic

Contradições e críticas no universo fitness em “Anabolic”

A música “Anabolic”, de B-Dynamitze, vai além da simples exaltação do corpo musculoso e aborda, de forma irônica e direta, as contradições e pressões do universo fitness, especialmente em relação ao uso de anabolizantes. A letra mistura admiração pelos resultados rápidos — “30 de braço pula pra 42” — com uma crítica clara aos riscos e consequências negativas, como efeitos colaterais e problemas de saúde: “Efeito colateral, sangramento nasal, será que vale a pena quando chega no final?”. O artista também reforça que apenas o uso de esteroides não é suficiente, destacando a importância do treino intenso e da alimentação adequada: “Não é só tomar bomba pra ficar grandão, exige um treino foda e boa alimentação”.

A música brinca com estereótipos do “bombado” e a busca por aprovação social, principalmente feminina, mas evidencia o lado superficial e perigoso dessa cultura. Trechos como “Camisa apertada marcando na festa, nas mina só falta um 'me come' na testa” mostram a pressão para manter um padrão inalcançável. A expressão “cara que nasce poodle nunca vira pit bull” ressalta os limites genéticos, mesmo com o uso de anabolizantes. O contexto digital também aparece, com a música servindo como alerta sobre a influência social e os perigos do uso irresponsável dessas substâncias, como em “Depois aparece em rede nacional, morreu mais um otário com dosagem animal”.

No fim, “Anabolic” oferece um retrato direto e sem filtro do ambiente das academias, misturando humor, crítica e relatos reais. A música não condena nem glamouriza totalmente o uso de anabolizantes, mas expõe motivações, riscos e ilusões desse universo, deixando claro que, apesar do apelo visual e social, tudo tem seu preço e consequências.