Tabaco y Chanel

Memórias sensoriais e saudade em "Tabaco y Chanel"

"Tabaco y Chanel", do Bacilos, explora como cheiros e sensações podem ser gatilhos poderosos para lembranças de um amor que não se realizou, mas permanece vivo na memória. Inspirada na experiência pessoal de Jorge Villamizar, a música transforma o cheiro de tabaco misturado ao perfume Chanel em símbolos de saudade. Quando a letra repete “Un olor a tabaco y Chanel / Me recuerda el olor de su piel”, fica evidente como esses aromas se tornam quase personagens, representando a presença marcante da pessoa amada mesmo após o fim do relacionamento.

A canção também aborda a ideia de um amor interrompido, mas que resiste ao tempo. Na metáfora “Una rosa que no floreció / Pero que el tiempo no la marchita”, a relação é comparada a uma flor que nunca desabrochou, mas que, curiosamente, não murcha. Isso sugere que certas lembranças permanecem intactas, independentemente do que aconteceu. O refrão “No se va, no se olvida, nada, nada” reforça essa permanência, mostrando que, apesar do término, o sentimento não desaparece. O questionamento sobre o paradeiro da pessoa e o apelo das “estrellas” (estrelas) que “me reclaman que vuelva por ella” trazem um tom de busca e desejo de reviver o que foi perdido, ao mesmo tempo em que reconhecem que o destino também teve papel na separação. Assim, "Tabaco y Chanel" fala sobre a força das memórias sensoriais e a dificuldade de esquecer um amor marcante, mesmo quando a vida segue.