<3

Reflexão e gratidão em “<3” de Bad Bunny: fama, essência e liberdade

Em “<3”, Bad Bunny apresenta uma reflexão honesta sobre sua trajetória, misturando gratidão, vulnerabilidade e orgulho de sua autenticidade. Logo no início, ele faz referência à aposentadoria do boxeador Miguel Cotto, dizendo: “Pa' retirarme tranquilo como Miguel Cotto”, mostrando o desejo de encerrar sua carreira no auge, assim como o ídolo porto-riquenho. Essa ideia se conecta ao impacto negativo da fama em sua saúde mental, revelado no verso: “ya ni duermo / Y esto de la fama me tiene hasta enfermo” (já nem durmo / E essa coisa da fama me deixou até doente). Aqui, Bad Bunny expõe o lado difícil do sucesso, indo além da imagem de superstar e mostrando seu lado humano.

A música funciona como uma carta aberta de agradecimento. Bad Bunny reconhece o apoio dos fãs, amigos e familiares, dedicando suas conquistas a eles e reforçando sua autenticidade: “Ser diferente se siente cabrón / Pero más cabrón se siente siempre ser de corazón” (Ser diferente é incrível / Mas mais incrível ainda é sempre ser de coração). Ele valoriza ser verdadeiro consigo mesmo, mesmo que isso traga desafios, e destaca que seu sucesso vem da paixão e do esforço desde os tempos em que sonhava “dentro de mi habitación” (dentro do meu quarto). As menções a LeBron James e Triple H reforçam sua posição de destaque, mas também mostram que, apesar do estrelato, ele não busca ser um “Deus” ou “rei”, apenas alguém fiel à própria essência. Ao lembrar dos castigos de infância e afirmar “Por eso ahora de grande hago lo que me dé la gana” (Por isso agora, adulto, faço o que eu quiser), Bad Bunny sugere que sua liberdade atual é uma resposta à disciplina do passado, encerrando a música com uma mensagem de autonomia e gratidão.