A Volta do Tico Loco

Humor e cultura gaúcha em “A Volta do Tico Loco”

Em “A Volta do Tico Loco”, Baitaca utiliza o humor e a linguagem popular do Rio Grande do Sul para transformar situações de confusão e violência em cenas cômicas e caricatas. O personagem Tico, já conhecido por suas encrencas, retorna como um típico “bagaceiro” e “sem serventia”, sempre envolvido em confusões nos bailes do interior. Expressões como “conversando abobrinha” e “dança abagualada” reforçam o regionalismo e aproximam o ouvinte do universo rural gaúcho, criando um ambiente de festa e desordem.

A letra narra uma sequência de eventos caóticos: começa com uma briga entre Tico e sua ex-mulher, passa por uma confusão com o segurança e culmina em uma briga generalizada que termina de forma trágica, mas tratada com ironia. O trecho “Num tiroteio de clarear fogo na sala / Não é que pega uma bala bem na cabeça do Tico” mostra como até a morte do personagem é retratada de maneira absurda e sem sentimentalismo. O velório e o pedido da noiva para enterrar Tico são descritos de forma simples, mantendo o tom irreverente. O duplo sentido em frases como “meteu a mão na bolinha” adiciona um toque malicioso e divertido, típico do estilo de Baitaca. Assim, a música satiriza comportamentos exagerados em festas do interior e faz uma homenagem bem-humorada à cultura gaúcha.