Le Donne Non Ci Vogliono Più Bene

Orgulho e isolamento fascista em “Le Donne Non Ci Vogliono Più Bene”

A música “Le Donne Non Ci Vogliono Più Bene”, da Banda Militare Giovinezza, foi composta em 1944, durante a República Social Italiana, e reflete o sentimento dos jovens fascistas diante do isolamento social e afetivo causado por sua ligação ao regime. O verso “Perché portiamo la camicia nera” (“Porque usamos a camisa preta”) evidencia que o afastamento das mulheres está diretamente ligado ao uso desse símbolo do fascismo. As mulheres os veem como “da catene” e “da galera” (dignos de prisão e cadeia), o que aprofunda o sentimento de rejeição. No entanto, a resposta dos jovens é de desafio, expressa em “Ce ne freghiamo!” (“Não nos importamos!”), uma frase típica do discurso fascista.

A letra também faz uma distinção entre os fascistas, que arriscam a vida na guerra, e os “imboscati” (covardes que se escondem), sugerindo que o verdadeiro valor está em lutar pela pátria, mesmo diante da morte. A imagem da “signora Morte che fa la civetta in mezzo alla battaglia” (“senhora Morte que flerta no meio da batalha”) reforça a ideia de que a morte é uma presença constante e quase sedutora para os soldados. O segundo trecho, em que mulheres que apoiam a RSI respondem, compara o julgamento dos fascistas ao de Cristo, indicando que ser condenado pela sociedade não diminui seu valor. A canção termina reafirmando que o reconhecimento verdadeiro virá de mulheres que desprezam os covardes e valorizam quem luta, consolidando o tom de orgulho e exclusão dos que não compartilham dos mesmos ideais.