Flores (part. EU.CLIDES)

Rituais de despedida e memórias em “Flores (part. EU.CLIDES)”

Em “Flores (part. EU.CLIDES)”, Bárbara Bandeira utiliza o pedido repetido de “traz flores” para marcar uma despedida carregada de ambiguidade. As flores, que podem simbolizar tanto celebração quanto luto, refletem a sensação de que o fim do relacionamento é vivido como uma pequena morte. O videoclipe reforça essa ideia ao mostrar que cada pétala representa um universo próprio, sugerindo que cada momento do relacionamento tem um significado emocional único e que a despedida é permeada por memórias e múltiplos sentidos.

A letra também explora a tensão entre realidade e fantasia, como nos versos “Eu pisei o risco, fui p’ra lá do ridículo” e “Eu pedi um ramo, queria um de rosas, deste de lírios”. O contraste entre rosas e lírios funciona como metáfora para expectativas frustradas: enquanto as rosas simbolizam amor e paixão, os lírios remetem à pureza ou ao luto, ampliando o tom de encerramento. O trecho “Se da raiz do passado queres o caos arrancado, então, estás por tua conta e risco” alerta para os riscos de tentar apagar o passado, mostrando que cada um precisa lidar com as consequências de suas escolhas. Assim, a música constrói uma narrativa sensível sobre o fim de um ciclo, onde a entrega de flores é tanto um gesto de carinho quanto um ritual de encerramento, marcado por reflexões sobre culpa, arrependimento e o tempo.