
Mãe de Anjo
Bárbara Dias
“Mãe de Anjo”: luto, amor e culpa em diálogo materno
“Mãe de Anjo”, de Bárbara Dias, transforma o luto em um diálogo direto com o bebê que partiu cedo. O amor cresce sem contato físico, sustentado pelos desejos que não se realizaram — ver o rosto, ninar, proteger — e passam a povoar a rotina como memórias do que não aconteceu. Isso aparece em versos como “Eu queria ter visto seu rosto / Queria poder te ninar” e “Às vezes do nada eu te ouço chorar, mas você não está lá”. O imaginário do céu e das estrelas — “tocar estrelas só pra te abraçar” — cria um lugar possível de encontro, onde a distância da morte se converte em presença imaginada, feita de esperança e lembrança.
Culpa e incompreensão atravessam a música: “Desculpas por não ter te protegido do que há de ruim” e “Não dá pra entender / Como minha história mais feliz teve esse fim” revelam o choque e a busca por sentido. A saudade é permanente — “Ninguém que vem depois de ti preenche a tua ausência” — e convive com o desejo de reencontro, em “E se a gente pudesse encontrar de novo?”. Em “Como pode tanto amor morar numa existência tão pequena que revolta?”, “existência pequena” carrega duplo sentido: a brevidade da vida e o corpo do bebê, intensificando a revolta. O conjunto sustenta um tom íntimo e acolhedor, no qual a mãe tenta dar forma à dor enquanto reafirma, repetidamente, um amor que transborda sem ter onde pousar.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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