Bichinho

Afeto cotidiano e superação em "Bichinho" de Bárbara Tinoco

Em "Bichinho", Bárbara Tinoco utiliza o apelido carinhoso que dá ao namorado e parceiro musical, Feodor Bivol, para transmitir uma intimidade que vai além do romance convencional. O termo "bichinho" carrega um significado especial, pois também era como Bárbara chamava seus gatos após uma separação, mostrando como o amor pode ser um refúgio e uma oportunidade de recomeço. Essa conexão aparece nos versos “Deu corda e trouxe de volta à vida / Ensinou que o amor é mais que a despedida”, onde a artista expressa gratidão por ter encontrado em Feodor alguém que a ajudou a superar bloqueios emocionais e criativos, algo que ela mesma já comentou em entrevistas.

A letra equilibra a leveza do cotidiano com a vulnerabilidade diante do medo da perda, como em “Se não for contigo, não sei se quero outra pessoa / E só pensar nisso, já magoa”. O relacionamento é retratado como um espaço seguro, mas também frágil, evidenciado pela dúvida “Estamos fora de perigo / Ou a viver numa bolha”. No trecho final, “Mas se acabar o fim não tem de ser amargo / Eu adoto outro gato e tu proíbes-me de o fazer”, Bárbara mistura humor, ternura e aceitação, mostrando que até o fim de uma relação pode ser tratado com cuidado e boas lembranças. "Bichinho" celebra o amor cotidiano, as pequenas manias e o apoio mútuo, reconhecendo tanto a beleza quanto a possibilidade da perda.