Síndrome de Impostor

Vulnerabilidade e autenticidade em “Síndrome de Impostor”

Em “Síndrome de Impostor”, Bárbara Tinoco aborda de forma direta o conflito entre o reconhecimento público e a sensação de inadequação, característica da síndrome do impostor. A artista revela essa tensão ao repetir o desejo de “enganar toda a gente” e de ser “magnética”, mostrando como o sucesso externo — “tenho as salas cheias” — contrasta com a autocrítica e a insegurança, como em “não escrevo nada decente há meses”. Essa honestidade aproxima o ouvinte da vulnerabilidade de Tinoco, que, mesmo diante das conquistas, teme ser desmascarada a qualquer momento.

A letra também evidencia o desejo de aceitação com todas as imperfeições, como nos versos “deixa-me ter 3 kilos a mais, 3 kilos a menos” e “deixa-me ser complexa só aparentemente”. Tinoco pede para ser vista além das aparências e expectativas, ressaltando que a luta interna vai além do julgamento alheio e envolve a dificuldade de aceitar a si mesma. O trecho “não gosto de críticos, eu escrevo para pessoas, não estou a tentar agradar e espero que isso os magoe” reforça sua busca por autenticidade, mesmo que isso desagrade quem julga superficialmente. Ao mencionar comportamentos autossabotadores e a ansiedade — “é só mais um ataque, é só ansiedade” —, a música se torna um retrato honesto das inseguranças e da necessidade de apoio, evidenciada no pedido “juras que vens buscar-me, salvar-me”. Assim, Bárbara Tinoco transforma sua experiência pessoal em um relato universal sobre vulnerabilidade, medo de não ser suficiente e o desejo de ser aceita como realmente é.