A Casa

Humor e crítica social na letra de “A Casa” de Barnabé

A música “A Casa”, de Barnabé, se destaca por transformar elementos da construção civil em ingredientes comestíveis, criando uma narrativa divertida e cheia de criatividade. Ao mencionar “tijolos de rapadura baiana”, “encanamento de cana caiana” e “portas de favos de mel”, a letra brinca com a tradição da música caipira de usar metáforas e exageros para retratar a vida no interior. Esses detalhes não apenas divertem, mas também reforçam o vínculo com o cotidiano rural e a cultura popular.

O tom leve e bem-humorado da canção reflete a trajetória de Barnabé, marcada pelo humor e pela valorização da cultura caipira. Ao descrever uma casa feita de doces e quitutes, a música faz uma crítica sutil ao aumento do custo de vida, especialmente nos versos finais: “Se a fome me apertar / Eu tenho a casa que me escora”. Aqui, a casa se torna uma solução literal para a fome, misturando o absurdo com a esperteza típica do humor rural. O convite para “passar a casa pro bucho” e “ficar por fora” brinca com a ideia de consumir a própria moradia, mostrando como a simplicidade e o bom humor podem ser formas de resistência e criatividade diante das dificuldades do dia a dia.