Samba-Enredo 2025 - Os Nove Oruns de Iansã

Força ancestral e renovação em “Samba-Enredo 2025 - Os Nove Oruns de Iansã”

O samba-enredo “Samba-Enredo 2025 - Os Nove Oruns de Iansã”, da Barroca Zona Sul, destaca o papel espiritual de Iansã como guardiã dos nove oruns, céus sagrados na tradição iorubá. A letra exalta Iansã como condutora de almas e senhora dos ventos e tempestades, conectando o mundo terreno ao divino. O verso “Oyá é guardiã dos nove oruns / A mãe do julgamento e do trovão” evidencia a força, a justiça e a capacidade de transformação da orixá, aspectos centrais tanto na mitologia iorubá quanto nas religiões afro-brasileiras.

O samba valoriza a ancestralidade e o sincretismo religioso, como em “Devoto eu sou mais um / Da santa sincretizada”, reconhecendo a fusão entre Iansã e figuras do catolicismo, prática comum no Brasil. A letra também faz referência ao amor de Iansã por Xangô (“Mas foi Xangô seu grande amor / O machado e a espada em tempos de paz”) e menciona outros orixás, como Obaluaê e Oxalá, ampliando o sentido de comunidade e respeito às raízes africanas. O trecho “O fogo que arde pra purificar / É mais uma chance de recomeçar” associa o poder de Iansã à renovação e à esperança, mostrando sua força tanto para destruir quanto para possibilitar novos começos.

Ao se autodefinir como “ventania de Aruanda”, a Barroca Zona Sul reforça sua ligação com os ancestrais e o mundo espiritual. A letra, celebratória e respeitosa, junto à melodia envolvente, homenageia Iansã e fortalece o orgulho nas tradições afro-brasileiras, mesmo diante das adversidades.