Icarus

A autossabotagem e o mito em “Icarus” de Bastille

Em “Icarus”, Bastille utiliza o mito grego de Ícaro como metáfora para abordar temas como autossabotagem, impulsividade e as consequências de buscar liberdade sem medir os riscos. O verso “Look who's digging their own grave / That is what they all say / You'll drink yourself to death” (“Veja quem está cavando a própria cova / É o que todos dizem / Você vai beber até morrer”) faz uma ligação direta entre o mito e situações atuais, mostrando como comportamentos autodestrutivos são reconhecidos tanto por quem os vive quanto por quem observa de fora. Expressões como “drinking from a paper cup” (“bebendo de um copo de papel”) e “living beyond your years” (“vivendo além da sua idade”) reforçam a ideia de escolhas impulsivas e excessos, sugerindo que a queda de Ícaro representa as consequências inevitáveis dessas decisões.

O vocalista Dan Smith já afirmou que a música reflete sentimentos pessoais e observações sobre pessoas próximas, o que se percebe na alternância entre distanciamento e empatia na letra. O trecho “Your hands protect the flames / From the wild winds around you” (“Suas mãos protegem as chamas / Dos ventos selvagens ao seu redor”) mostra o esforço de preservar sonhos e identidade diante das adversidades, mesmo sabendo dos perigos. A repetição de “Icarus is flying too close to the Sun” (“Ícaro está voando perto demais do Sol”) e “Icarus is flying towards an early grave” (“Ícaro está voando em direção a uma cova precoce”) reforça o ciclo de ambição e queda. Assim, a música cria um equilíbrio entre admiração e alerta, refletindo sobre os limites entre coragem, imprudência e autodestruição.