Oblivion

Reflexão sobre limites emocionais em "Oblivion" de Bastille

"Oblivion", da banda Bastille, aborda de forma direta a sensação de impotência diante do afastamento emocional de alguém querido, especialmente quando esse distanciamento está ligado a questões profundas como envelhecimento e saúde mental. O verso “When you're in my arms / But you've gone somewhere deeper” (“Quando você está nos meus braços / Mas foi para algum lugar mais profundo”) mostra o contraste entre a presença física e a ausência emocional, sugerindo que a pessoa amada está imersa em pensamentos ou dores que o narrador não consegue alcançar. Dan Smith, vocalista da banda, já explicou que a música fala sobre acompanhar alguém até o ponto em que ela perde a sanidade, destacando o limite entre empatia e a impossibilidade de realmente ajudar quem enfrenta seus próprios abismos.

A repetição da pergunta “Are you going to age with grace?” (“Você vai envelhecer com dignidade?”) e a referência ao “oblivion” (esquecimento, apagamento) evidenciam o medo de perder a identidade e a lucidez com o tempo. O termo “oblivion” funciona como metáfora para esse desaparecimento, enquanto a frase “You always take it further than I ever can” (“Você sempre vai mais longe do que eu consigo”) mostra que a pessoa amada se entrega mais profundamente a esse estado do que o narrador é capaz de acompanhar. O videoclipe, estrelado por Sophie Turner em um cenário de destruição, reforça visualmente a vulnerabilidade e a sensação de um caminho sem volta. Assim, "Oblivion" reflete sobre os limites do cuidado, a inevitabilidade do envelhecimento e a solidão de processos internos difíceis de compartilhar.