Hades

Desespero e corrupção humana em "Hades" de Bathory

Em "Hades", Bathory explora a total ausência de esperança e a transformação do amor em algo frio e impotente. A letra vai além de descrever um cenário infernal, mostrando como até sentimentos humanos essenciais, como o amor, são corrompidos ou extintos nesse ambiente. Isso fica claro em trechos como “a verdade se tornou mentira” e “a chama do amor se apaga”, que reforçam a ideia de um lugar onde nada de positivo sobrevive.

A música foi inspirada diretamente no mito grego de Hades, o deus do submundo, e seu reino sombrio. Elementos como “vales esquecidos” e “solo envenenado” simbolizam não só a morte física, mas também o fim de qualquer esperança ou redenção. A constante presença de trevas e a ausência de luz solar reforçam o isolamento e a condenação eterna, temas centrais do black metal, gênero que Bathory ajudou a definir. O verso “onde o riso das crianças mortas nunca soa” destaca a negação total da inocência e da alegria, ampliando o clima de desolação. A composição apressada da faixa, mencionada em seu contexto, contribui para o som cru e direto, intensificando a atmosfera opressiva. Imagens como “a mão da morte agarrou toda forma de luz” deixam claro que não há escapatória ou consolo nesse domínio. Assim, "Hades" funciona como uma metáfora para estados extremos de desespero, abandono e corrupção dos valores humanos, características marcantes do Bathory e do black metal.