Vibes

Contraste entre autenticidade e aparências em “Vibes”

Em “Vibes”, Bea Duarte utiliza a ironia para destacar o contraste entre a busca por paz e a desconfiança diante de pessoas que aparentam positividade, mas escondem intenções duvidosas. O verso “Tenho medo, muito medo / Acho até que é pavor / De good vibes cheio de veneno” mostra claramente a crítica da artista àqueles que ostentam uma imagem de tranquilidade e bondade, mas agem de forma imatura e vaidosa. Essa abordagem está ligada à experiência pessoal de Bea, que se inspirou em uma decepção com alguém que parecia confiável, mas se revelou irresponsável, como ela contou em entrevistas.

A letra traz metáforas simples e cotidianas, como “de pé descalço na areia” e “limão do pé, vida caseira”, para expressar o desejo de uma vida autêntica e conectada ao real, em oposição ao artificialismo das aparências. O refrão “Eles te veem na televisão / Que boa pinta / Cara muito gente fina / Quanto talento, que voz de vilão / Nem imaginam que essa voz me alucina” reforça a crítica à superficialidade das imagens públicas, mostrando que o que se vê na mídia nem sempre corresponde à verdade. O videoclipe, inspirado em “Alice no País das Maravilhas”, aprofunda essa dualidade ao apresentar personagens que simbolizam tanto a positividade quanto a crítica. No final, Bea deixa claro que prefere a sinceridade, mesmo que seja raivosa, à bondade falsa: “Minha raiva é mais sincera / Do que tua cantada”. “Vibes” se destaca como uma reflexão direta sobre autenticidade, vaidade e o perigo das aparências enganosas.