Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios

Fazer login
exibições de letras 196

Águas Barrentas

Bebeto Alves

Que fome das águas barrentas, que sede dos temporais
Um barco perdido, sem movimento, no balanço do cais
Atravessando o abdômen as garras do tempo, um vão
Pelo ralo do umbigo os retalhos da solidão

As raízes pedras, os sonhos rasteiros mastigam
Num salto o olhar arqueia o corpo pra trás
O enjôo do cheiro da cor da memória
O mar vomitando e engolindo as coroas dos funerais

Frangalhos, nos galhos da vida
Na sala dos bisturis, riscos de luz
Respiram o azul os peixes antigos
Milongas, guitarras, um céu andaluz

De um jardim suspenso, as flechas em chamas
Riscam teu nome e em meus dentes a dor dos metais
Alumiadas no fogo as coisas são femininas
Um universo queimando em mim até o nunca mais

As cordas de aço no peito e algumas roupas cinzas
Ao lado do forno secando junto aos animais
O veneno e o antídoto correndo nas veias
Me repousa leve, por favor, senão eu vou desabar

Indo, assim pelo chão derramado
Pelos buracos de mim, a lua e sua escuridão
Invado a tua morada como chuva fina
A casa vazia em teu peito, teu coração

Frangalhos, nos galhos da vida
Na sala dos bisturis, riscos de luz
Respiram o azul os peixes antigos
Milongas, guitarras, um céu andaluz

De um jardim suspenso, as flechas em chamas
Riscam teu nome e em meus dentes a dor dos metais
Alumiadas no fogo as coisas são femininas
Um universo queimando em mim até o nunca mais

Adicionar à playlist Tamanho Cifra Imprimir Corrigir

Comentários

Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

0 / 500

Faça parte  dessa comunidade 

Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Bebeto Alves e vá além da letra da música.

Conheça o Letras Academy

Enviar para a central de dúvidas?

Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

Fixe este conteúdo com a aula:

0 / 500

Posts relacionados Ver mais no Blog


Opções de seleção