The Shit Ov God

Confronto ao sagrado e profano em “The Shit Ov God”

Em “The Shit Ov God”, o Behemoth faz uma inversão direta de símbolos cristãos, especialmente ao subverter o ritual da Eucaristia com versos como “Eat my flesh, drink my blood / I am the shit ov God” (Coma minha carne, beba meu sangue / Eu sou a merda de Deus). Essa escolha não é apenas uma provocação, mas, segundo o vocalista Nergal, representa a busca pelo absoluto até mesmo no que é considerado impuro ou desprezível. A banda desafia a ideia de que o divino está restrito ao puro, propondo que o sagrado pode ser encontrado também no que é rejeitado pela tradição religiosa.

A letra reforça esse antagonismo ao cristianismo ao criar oposições claras, como em “If you are the Sun, I am Vantablack” (Se você é o Sol, eu sou Vantablack) e “If you are purity, I am born ov filth” (Se você é pureza, eu nasci da imundície). O acrônimo “IESUSJHS” é distorcido em palavras negativas como “ingrate”, “eradicate”, “scorn”, “useless”, “shame”, “joyless”, “humiliate” e “son unloved” (ingrato, erradicar, desprezo, inútil, vergonha, sem alegria, humilhar, filho não amado), transformando o nome de Jesus em uma declaração de rejeição. O contexto de protestos e reações de grupos religiosos só reforça a intenção do Behemoth de provocar desconforto e questionar dogmas, consolidando sua postura desafiadora no metal extremo.