
Aguapé
Belchior
A solidão e a resistência em "Aguapé" de Belchior
Em "Aguapé", Belchior faz uma releitura sensível do poema de Castro Alves, trocando símbolos religiosos e naturais — como "a cruz" por "a casa" e "borboletas" por "mariposas" — para criar uma reflexão sobre abandono e esquecimento no sertão. A casa abandonada, elemento central da música, representa não só um espaço físico, mas também as vidas e histórias que se perderam com o tempo. A repetição da palavra "nada" reforça a sensação de vazio e estagnação que domina o ambiente descrito na canção.
O aguapé, planta aquática que flutua na lagoa, aparece como símbolo de resistência e beleza em meio à decadência. No trecho “E o aguapé, lá na lagoa / Sobre a água nada / E deixa a borda da canoa / Perfumada”, Belchior mostra que, mesmo quando tudo parece parado e sem sentido, ainda há espaço para delicadeza e renovação. A música traz uma melancolia tranquila ao retratar cenas cotidianas paradas no tempo, como “a velha sentada, o ruído da renda / a menina sentada roendo a merenda”, reforçando a ideia de que “aqui não acontece nada, não”. Ao adaptar o poema e inserir elementos do sertão, Belchior constrói uma narrativa contemplativa sobre o tempo, a morte e a persistência silenciosa da vida.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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