De Las Veces Que Solia Pensar En Nosotros (Incluso Durmiendo)

Dor e universalidade em "De Las Veces Que Solia Pensar En Nosotros (Incluso Durmiendo)"

Em "De Las Veces Que Solia Pensar En Nosotros (Incluso Durmiendo)", Bella e o Olmo da Bruxa utiliza a fusão entre português e espanhol não apenas como um recurso estilístico, mas para reforçar a sensação de deslocamento e a universalidade da dor amorosa. Essa escolha mostra como sentimentos de perda e mágoa atravessam fronteiras culturais, tornando a experiência do sofrimento algo compartilhado. O uso repetido da palavra "Aberta" funciona como um símbolo direto da ferida emocional que permanece, mesmo após o fim do relacionamento, e reflete o estilo introspectivo da banda.

A letra aborda de forma direta a dificuldade de superar um amor que deixou marcas profundas. Trechos como “E tua família ainda lembra meu nome / E eu ainda costumo chorar” e “Acreditava que tu ia mudar / Mas nada muda se o conforto fica” mostram a esperança frustrada de mudança e a permanência do sofrimento. O cotidiano do narrador é invadido por lembranças, seja pela voz da pessoa amada ecoando nas esquinas ou pelos objetos e hábitos compartilhados, como os cigarros e as noites em claro. Quando a letra passa para o espanhol, o tom de desilusão se intensifica: “Quisiera nunca haberte encontrado / Tener sentimientos menos baratos” (Queria nunca ter te encontrado / Ter sentimentos menos baratos), expressando o desejo de não ter vivido esse amor e a autocrítica por se entregar facilmente. O refrão “Aberta”, repetido várias vezes, reforça a ideia de que a dor não cicatrizou, enquanto a alternância entre línguas sugere que essa ferida é algo universal, não restrito a uma só pessoa ou cultura.