Doomsday

Vulnerabilidade e autossabotagem em "Doomsday" de BENEE

Em "Doomsday", BENEE explora a dificuldade de lidar com emoções intensas e conflitos internos. A repetição de "I am complicated, not easy when I'm frustrated" ("Sou complicada, não é fácil quando estou frustrada") revela uma autopercepção marcada pela vulnerabilidade e pela tendência à autossabotagem, temas frequentes em sua obra. O verso "Scramble into a ball, take your exit, nice to know you" ("Me encolho, você vai embora, foi bom te conhecer") mostra um mecanismo de defesa: diante da sobrecarga emocional, ela se retrai e aceita o afastamento do outro, reforçando um ciclo de isolamento.

A música também traz cenas do cotidiano, como em "I can go eat in your bed, outside your place, by the ocean, it's a Tuesday" ("Posso comer na sua cama, fora da sua casa, à beira-mar, é uma terça-feira"), que reforçam a confusão emocional e a busca por conforto em pequenas rotinas. O trecho "If it ended today, what would you say?" ("Se acabasse hoje, o que você diria?") expressa a ansiedade diante do fim de um relacionamento ou de uma fase da vida. Já "keep regretting everything, accidents keep happening, why do I do it all?" ("Continuo me arrependendo de tudo, acidentes continuam acontecendo, por que faço tudo isso?") evidencia o peso do arrependimento e da autocrítica. Elementos como o "polar bear" e o convite para "meet by the lake" ("encontrar no lago") funcionam como metáforas para situações extremas ou desejos de fuga, mostrando a urgência de encontrar alívio para o sofrimento. Assim, "Doomsday" constrói um retrato honesto de quem tenta se entender e se conectar, mesmo quando tudo parece desmoronar.