¿Cómo va a saber de amor?

Reflexão sobre autocrítica e superação em “¿Cómo va a saber de amor?”

“¿Cómo va a saber de amor?”, de Beret, aborda a dificuldade de algumas pessoas em compreender e viver o amor de forma verdadeira. A música destaca comportamentos como a recusa em admitir erros, a falta de empatia e a tendência de culpar o outro, criando relações marcadas pela insegurança e pelo distanciamento. O trecho “El que no admite un error / Y te hace culpable siempre” (“Aquele que não admite um erro / E sempre te culpa”) ilustra bem essa dinâmica tóxica, mostrando como a ausência de autocrítica e de responsabilidade emocional prejudica o relacionamento. O título, repetido ao longo da canção, reforça a ideia de que o amor exige vulnerabilidade, autoconhecimento e cuidado mútuo, qualidades ausentes na relação retratada.

A inspiração de Beret na técnica japonesa do kintsugi, que valoriza as cicatrizes e imperfeições, aprofunda o sentido da música. Assim como o kintsugi transforma rachaduras em parte da beleza do objeto, as experiências dolorosas e as marcas emocionais são vistas como parte do crescimento pessoal. Nos versos finais, o narrador reconhece que, apesar do sofrimento, a experiência foi um “mejor error” (“melhor erro”) e que aprender a dizer adeus é necessário para seguir em frente. A metáfora da Lua, “le he dicho a la Luna / Que alumbre tus dudas” (“disse à Lua / Que ilumine suas dúvidas”), expressa o desejo de clareza e cura para o outro, mesmo após o fim do relacionamento. Beret transforma o desamor em um convite à autocompreensão e à valorização das próprias cicatrizes, reforçando sua sensibilidade como característica marcante de sua obra.