Cóseme

Reconstrução emocional e vulnerabilidade em “Cóseme” de Beret

Em “Cóseme”, Beret utiliza a metáfora de ser "costurado" para expressar um pedido de cura emocional e reconexão após um relacionamento marcado por feridas. O título e o refrão central, "Cóseme", deixam claro o desejo de ser restaurado, não apenas por si mesmo, mas com a ajuda do outro. A vulnerabilidade aparece quando o eu lírico admite estar "partido em cem" e pede que o parceiro feche as "feridas" que ele mesmo abriu, como no verso: “Te estoy diciendo: Cóseme, que cierres lo que abriste bien, no que hagas como que te escondes” (Estou te dizendo: Costure-me, que feche bem o que você abriu, não finja que está se escondendo).

A letra também aborda o conflito entre seguir em frente e a dificuldade de deixar o passado para trás. Isso fica evidente em “Yo digo: Mañana todo saldrá bien, tú sigues diciendo: No olvido el ayer” (Eu digo: Amanhã tudo vai dar certo, você continua dizendo: Não esqueço o ontem), mostrando a luta interna entre esperança e insegurança. Beret amplia o tema ao afirmar: “Todos tenemos esa persona que nos hizo mil pedazos y nos dijo: Ahora, constrúyete” (Todos temos aquela pessoa que nos despedaçou e disse: Agora, se reconstrua), sugerindo que a experiência de se sentir quebrado e precisar se reconstruir é universal. Ao mesmo tempo, ele reflete sobre a importância do amor próprio, como em “Yo solo quería cambiar de aires, no necesitar de ti, si quiero respirar también” (Eu só queria mudar de ares, não precisar de você, se eu quiser respirar também).

Assim, “Cóseme” retrata as contradições de um relacionamento em crise, o desejo de reaproximação e a busca por autenticidade, equilibrando a necessidade de conexão com o outro e o cuidado consigo mesmo.