
Tia Macheta
Berta Cardoso
Superstições e destino em "Tia Macheta" de Berta Cardoso
"Tia Macheta", interpretada por Berta Cardoso, explora com ironia o papel das superstições e das figuras marginais na vida de Severa, personagem histórica associada ao surgimento do fado. A música apresenta a Tia Macheta como uma alcoviteira e cartomante, descrita de forma pouco lisonjeira: “pegou nas cartas / Sebentas fartas / De mãos tão sujas”. Essa imagem reforça o ambiente de fatalismo e desamparo, mas também sugere uma certa descrença nos rituais de adivinhação, já que a própria cartomante é retratada de maneira sarcástica e pouco confiável. Elementos como a “espadilha” e a “dama d’oiros” fazem referência direta ao baralho e aos presságios, simbolizando tanto o destino inevitável quanto a esperança frustrada de Severa.
O tom melancólico da canção se intensifica com a espera inútil da protagonista pelo amante, o que culmina na criação do “fado triste da Mouraria”. A letra sugere que a dor de Severa, marcada pela ausência e abandono, é tão profunda que se transforma em música e tradição, dando origem ao próprio fado como expressão coletiva de saudade e sofrimento. Ao mesmo tempo, a canção faz uma crítica sutil à busca de respostas em figuras como a Tia Macheta, mostrando que, apesar dos rituais e previsões, o destino de Severa não muda. Assim, a música mistura tragédia pessoal, crítica social e o nascimento de um dos gêneros mais emblemáticos de Lisboa.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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