Decepcionada

Solidão e resistência em "Decepcionada" de Beth Thunder

Em "Decepcionada", Beth Thunder transforma a frustração e o desencanto em uma identidade marcada pela repetição da palavra "decepcionada". A letra, direta e sombria, revela um sentimento de isolamento profundo, como fica claro em "Estou só e decepcionada". A artista denuncia a exclusão social e a falta de acolhimento, evidenciando isso em versos como "Não me aceitam nem de servidão" e "Vendo a sociedade sendo construída por nós mesmos / Onde ninguém presa por ninguém". A crítica ao capitalismo aparece em "O capitalismo é o que tudo vê", apontando para um sistema impessoal e opressor que contribui para esse sentimento de não pertencimento.

A música também aborda a hipocrisia e a superficialidade social, especialmente ao criticar o julgamento moral e a busca por status em "essas meninas / Que se acham as grandes princesas / Por ter um grande vestido dourado / E darem para todo e qualquer homem". Apesar do tom de desabafo e derrota, há momentos de resistência, como em "Venha e tente me derrubar agora / A sua estupidez me faz rir, pode vir / Que gritarei mais alto e mais alto". Mesmo abalada, a voz da canção se recusa a ser silenciada, mostrando força diante da adversidade. O final sugere uma busca por autenticidade e superação, incentivando a não se deixar definir pela decepção: "Mostre que para tudo existe uma solução / E enfim deixe de ser vista a 'decepcionada'".