Video Phone (feat. Lady Gaga)

Poder e desejo feminino em “Video Phone (feat. Lady Gaga)”

Em “Video Phone (feat. Lady Gaga)”, Beyoncé e Lady Gaga exploram a sensualidade de forma direta, usando a tecnologia como símbolo de poder e desejo. O termo “video phone” aparece repetidamente como uma metáfora para exposição e controle da própria imagem. A protagonista da música demonstra segurança ao ser observada e até mesmo ao comandar o olhar do outro, como no verso “so press record, I'll let you film me / On your video phone” (então aperte gravar, vou deixar você me filmar / no seu telefone com vídeo). Essa atitude ativa reforça a autonomia feminina sobre o corpo e a sexualidade, acompanhando a estética ousada e futurista do clipe, que traz referências à pop art e à cultura dos anos 70.

A letra também brinca com a ideia de celebridade e performance, usando frases como “make a cameo” (fazer uma participação especial) e “turn you into a star” (te transformar em uma estrela), o que se conecta ao videoclipe dirigido por Hype Williams, onde as artistas assumem papéis de estrelas de cinema. O verso “I'll be your Gene, you'll be my Brando” (vou ser sua Gene, você será meu Brando) faz referência a ícones do cinema, reforçando o clima de espetáculo e sedução. A música mistura flerte digital e sugestões de gravações íntimas, como em “What? You want me naked? (Uh-uh) / If you likin' this position, you can tape it” (O quê? Você me quer nua? (Uh-uh) / Se você gosta dessa posição, pode gravar). Essa combinação de ambiguidade, tom descontraído e modernidade transforma a faixa em um manifesto sobre liberdade, desejo e empoderamento, ao mesmo tempo em que ironiza a cultura da exposição e do voyeurismo digital.