BLACK PARADE

Orgulho e ancestralidade negra em “BLACK PARADE” de Beyoncé

O lançamento de “BLACK PARADE” por Beyoncé no Juneteenth, data que marca o fim da escravidão nos Estados Unidos, reforça o compromisso da artista com questões políticas e culturais ligadas à identidade negra. A música funciona como um manifesto de orgulho e resistência, trazendo símbolos ancestrais e referências à cultura africana. Nos versos iniciais, Beyoncé diz: “I'm goin' back to the South / Where my roots ain't watered down / Growin', growin' like a Baobab tree” (“Estou voltando para o Sul / Onde minhas raízes não são enfraquecidas / Crescendo, crescendo como um baobá”), conectando suas origens texanas à ancestralidade africana e usando o baobá como símbolo de força e raízes profundas.

A letra destaca elementos que valorizam a identidade negra, como o Ankh (símbolo egípcio da vida), as divindades Oxum e Yemaya, o dashiki (vestimenta africana) e o incenso Nag Champa. Ao citar Mansa Musa, Beyoncé lembra a riqueza e a importância das civilizações africanas, contrapondo-se a visões históricas que minimizam a África. O verso “I can't forget my history is her-story” (“Não posso esquecer que minha história é a história dela”) valoriza a perspectiva feminina na história negra. Trechos como “Rubber bullets bouncin' off me” (“Balas de borracha ricocheteando em mim”) e “Made a picket sign off your picket fence” (“Fiz um cartaz de protesto com sua cerca branca”) abordam a luta contra a violência policial e o ativismo, conectando a música aos protestos atuais por justiça racial.

O refrão “Follow my parade” (“Siga meu desfile”) e as imagens de tronos e colmeias reforçam liderança, união e coletividade, com Beyoncé se colocando como inspiração para a comunidade negra. A música celebra a beleza e diversidade do povo negro, como em “melanin, melanin, my drip is skin deep” (“melanina, melanina, meu estilo está na pele”), e incentiva o orgulho e a resistência: “Put your fists up in the air, show black love” (“Erga os punhos no ar, mostre o amor negro”). Além disso, Beyoncé destinou os lucros da canção para apoiar negócios negros e criou o “Black Parade Route”, transformando a mensagem da música em ação concreta de empoderamento econômico e cultural.