Ghost

Crítica à indústria e autenticidade em "Ghost" de Beyoncé

Em "Ghost", Beyoncé expõe sua insatisfação com a rotina e a falta de autenticidade na indústria musical. Ela é direta ao afirmar: “all the shit I hear is boring / all the shit I do is boring / all these record labels boring” (“todas as coisas que ouço são entediantes / todas as coisas que faço são entediantes / todas essas gravadoras são entediantes”). Esses versos refletem sua frustração com as pressões das gravadoras, que frequentemente exigem fórmulas para agradar o mercado, limitando a liberdade criativa dos artistas. O trecho “I don't trust these record labels I'm touring” (“não confio nessas gravadoras com as quais estou em turnê”) reforça a desconfiança de Beyoncé em relação a um sistema que prioriza o lucro e a repetição, deixando de lado a expressão artística genuína.

A música também amplia a crítica para além do universo musical. Ao repetir “The 9 to 5, just to stay alive” (“o trabalho das 9 às 5, só para sobreviver”), Beyoncé aborda a alienação do trabalho cotidiano, mostrando como a busca por sobrevivência pode sufocar a autenticidade e a realização pessoal. A metáfora “Spoon-fed pluralized eyes to find the beaches in the forest” (“olhos alimentados com colher, pluralizados, tentando encontrar praias na floresta”) sugere a tentativa de encontrar algo verdadeiro em meio a um ambiente artificial. O refrão “What goes up, ghost around” (“o que sobe, assombra por aí”) faz referência ao ditado popular, mas indica que as consequências desse sistema se tornam fantasmas que perseguem tanto artistas quanto trabalhadores comuns. Ao concluir com “Sold not for sale / Probably won't make no money off this, oh well” (“Vendido, não está à venda / Provavelmente não vou ganhar dinheiro com isso, paciência”), Beyoncé reafirma sua escolha pela autenticidade, mesmo que isso signifique abrir mão do sucesso comercial.