Ghost / Haunted

Crítica à rotina e empoderamento em “Ghost / Haunted”

Em “Ghost / Haunted”, Beyoncé faz uma crítica direta à rotina exaustiva e à falta de autenticidade, tanto na vida cotidiana quanto na indústria musical. O verso “9 to 5 just to stay alive” (“das 9 às 5 só para sobreviver”) expõe seu incômodo com a monotonia do trabalho tradicional. Essa insatisfação se estende ao universo da música, como ela deixa claro em “All these record labels boring / I don't trust these record labels, I'm touring” (“todas essas gravadoras são entediantes / não confio nessas gravadoras, estou em turnê”). Aqui, Beyoncé expressa sua desconfiança em relação ao controle das gravadoras sobre a criatividade dos artistas, reforçando seu desejo de independência e autenticidade.

Na segunda parte, “Haunted”, a artista aprofunda o tema ao abordar a pressão das expectativas externas e internas. Metáforas como “My haunted lungs, ghost in the sheets” (“meus pulmões assombrados, fantasma nos lençóis”) e “My wicked tongue, where will it be?” (“minha língua perversa, onde estará?”) mostram o conflito entre desejo e inquietação. O verso “I know if I'm haunting you, you must be haunting me” (“eu sei que se estou te assombrando, você deve estar me assombrando”) destaca a reciprocidade e a intensidade das relações. Beyoncé também afirma seu poder e sexualidade, transformando o quarto em uma passarela e assumindo o controle da situação, como em “The bedroom's my runway” (“o quarto é minha passarela”) e “Slap me! I'm pinned to the doorway / Kiss, bite, foreplay” (“me bata! Estou presa na porta / beijo, mordida, preliminares”). Esses trechos evidenciam o empoderamento feminino e a autonomia sobre sua identidade.