The Enemy (feat. Fat Joe)

Racismo institucional e superação em “The Enemy (feat. Fat Joe)”

Em “The Enemy (feat. Fat Joe)”, Big L e Fat Joe transformam suas experiências pessoais em uma crítica direta ao racismo institucional e à perseguição policial enfrentada por homens negros nos Estados Unidos. A música vai além do simples relato de assédio policial, mostrando a frustração de quem, mesmo ao abandonar o crime e conquistar sucesso de forma legítima, continua sendo alvo de desconfiança das autoridades. Big L descreve a rotina de ser parado pela polícia em Harlem, mesmo após ter deixado a vida ilegal: “I'm through with that illegal life, I'm stayin legit... I don't sell coke anymore, I do tours” (Eu terminei com essa vida ilegal, estou ficando legítimo... Não vendo mais cocaína, faço turnês). Esse trecho reflete a realidade de muitos jovens negros que, apesar de mudarem de vida, seguem sendo julgados pelo passado e pela aparência.

A letra também ironiza a postura investigativa dos policiais ao citar “Columbo” e destaca o nível de vigilância enfrentado: “federals got my phone and my house tapped” (os federais grampearam meu telefone e minha casa). Fat Joe reforça o tema da superação ao afirmar: “I used to steal but now I own several businesses” (Eu costumava roubar, mas agora tenho vários negócios), mostrando que, mesmo com conquistas, o preconceito persiste. O refrão resume a indignação dos artistas: “Jake wanna lock me up even though I'm legit / They can't stand to see a young brother pockets get thick” (“Jake” quer me prender mesmo eu sendo legítimo / Eles não suportam ver um jovem negro ficando rico). A música se destaca como um manifesto contra a brutalidade policial e o racismo sistêmico, celebrando a resiliência de quem busca um caminho honesto apesar dos obstáculos. A competitividade entre Big L e Fat Joe durante a gravação também contribui para a intensidade e autenticidade da faixa.