all the good girls go to hell

Crítica ambiental e ironia em “all the good girls go to hell”

Em “all the good girls go to hell”, Billie Eilish usa ironia e referências religiosas para abordar a crise ambiental. Logo no início, ela inverte papéis tradicionais ao retratar Deus como uma figura feminina e questiona a perfeição do paraíso com o verso “pearly gates look more like a picket fence” (os portões de pérola parecem mais uma cerca de madeira). Essas imagens não tratam de espiritualidade, mas servem para criticar a indiferença humana diante da destruição do meio ambiente. O verso “Hills burn in California” (colinas queimam na Califórnia) faz referência direta aos incêndios florestais frequentes no estado, enquanto o videoclipe, com um anjo caído coberto de óleo, reforça a metáfora do planeta sendo destruído pelo descaso humano.

A música adota um tom sarcástico ao sugerir que até “Deus tem inimigos” e que, diante do desastre ambiental, “She’ll want the devil on her team” (ela vai querer o diabo no time dela). Billie Eilish expõe a hipocrisia e a passividade da sociedade, que ignora sinais claros de catástrofe. O tom provocativo aparece em versos como “Man is such a fool, why are we saving him? Poisoning themselves now, begging for our help, wow!” (O homem é tão tolo, por que estamos salvando ele? Se envenenando agora, implorando por nossa ajuda, uau!), criticando a autossabotagem humana e a surpresa diante das consequências. No final, a sensação é de frustração e urgência, com “There’s nothing left to save now” (não resta mais nada para salvar agora), reforçando o alerta sobre a necessidade de agir para evitar a destruição total do planeta.