Vivos (part. Baco Exu do Blues e Luccas Carlos)

Afirmação negra e conquistas em “Vivos (part. Baco Exu do Blues e Luccas Carlos)”

Em “Vivos (part. Baco Exu do Blues e Luccas Carlos)”, BK' traz uma mensagem direta de orgulho e ascensão da população negra. A repetição de “Pretos fazendo dinheiro é tudo que eu vejo” destaca não só a conquista financeira, mas também desafia o histórico de exclusão econômica enfrentado por pessoas negras no Brasil. O verso “Falamos em códigos e barras, mas não estamos à venda” faz um jogo de palavras com o universo do rap e, ao mesmo tempo, afirma a recusa dos artistas em se submeterem ao sistema, reforçando autonomia e orgulho racial.

As experiências pessoais de BK' e Baco Exu do Blues aparecem em versos como “Não tive pai herói, tive a força de dona ana / É que eu fui vida louca, meu filho vai ser vida ganha”, mostrando a transição de uma geração marcada pela luta para outra que pode colher os frutos do sucesso. Referências à cultura pop, como “miley cyrus” e “miles morales”, ampliam o debate sobre representatividade negra. O trecho “Eles me chamam bkristo porque o flow faz milagres” ressalta o poder transformador do hip hop. Já “Mais perto que chegamos sendo sheik era comer no habib's” mostra como pequenas conquistas têm grande valor diante da exclusão social.

Baco Exu do Blues reforça o empoderamento ao citar “seremos niggas in Paris” (seremos negros em Paris), referência à música de Jay-Z e Kanye West, símbolo de sucesso negro global. “Eu sou 999, tudo nove, até o cachê são nove zeros” exalta prosperidade, enquanto “Só tenho 22 anos, mas já tenho grana pra ser sugar daddy” desafia estereótipos sobre juventude negra e pobreza. Assim, a música se consolida como um hino de autoestima, celebração e conquista coletiva.