Revolução É o Caos

Confronto e resistência social em "Revolução É o Caos"

"Revolução É o Caos", da Black Pantera, aborda de forma direta o confronto entre a luta por liberdade e justiça social e as estruturas opressoras presentes no Brasil contemporâneo. A letra utiliza frases como “Guerrilha na TV e no jornal” e “Bloco fascista imoral” para situar a música no contexto recente do país, marcado pelo crescimento de movimentos autoritários e pelo aumento da repressão policial, temas também discutidos no álbum "Ascensão". A banda denuncia a manipulação da mídia e a atuação de grupos fascistas, ressaltando a necessidade de resistência ativa nas ruas e espaços públicos.

A repetição de “A revolução é o caos” funciona como um chamado à ação, reconhecendo que mudanças profundas exigem enfrentamento e não ocorrem de forma pacífica. O verso “O sangue que hoje rega as ruas / Tem regado a muitas luas” faz referência à violência histórica contra manifestantes e à persistência da luta. Já “Famílias marcham pela cidade / Clamando por ditadura / Rebanho cego, milhões milhares / Quem é que tem coragem?” critica a adesão de parte da população a discursos autoritários e questiona quem está disposto a desafiar o sistema. O convite final – “Não desista dessa luta / Essa luta é sua também” – reforça o caráter coletivo e urgente do protesto, alinhando-se à postura antirracista e antifascista da Black Pantera, inspirada pelo movimento dos Panteras Negras. A música se afirma como um manifesto direto contra a opressão, incentivando a mobilização popular mesmo diante do caos.