Children Of The Sea

Reflexão sobre perda e caos em “Children Of The Sea”

Em “Children Of The Sea”, do Black Sabbath, a expressão “lost children of the sea” funciona como uma metáfora para a humanidade que perdeu sua conexão com as origens e com o equilíbrio natural. A música sugere tanto a perda da inocência quanto um alerta ecológico. O verso “Reaching for the stars, we blind the sky” (“Alcançando as estrelas, cegamos o céu”) critica a busca desenfreada por progresso e poder, mostrando como isso pode trazer consequências irreversíveis e destruir o que é essencial para a vida.

A atmosfera sombria da canção reforça o sentimento de fim de ciclo e desorientação. Versos como “We’ve lost the rising sun, a final sign” (“Perdemos o sol nascente, um sinal final”) e “Now it seems our world has come undone” (“Agora parece que nosso mundo desmoronou”) transmitem a ideia de um ponto sem retorno, onde esperança e vitalidade se perdem. Inspirada por uma consciência ecológica, a letra narra um mundo que já foi vibrante, mas agora sofre as consequências de escolhas impensadas: “We made the mountains shake with laughter as we played... Then we did the demon dance and rushed to nevermore / Threw away the key and locked the door” (“Fizemos as montanhas tremerem de tanto rir enquanto brincávamos... Depois fizemos a dança do demônio e corremos para o nunca mais / Jogamos fora a chave e trancamos a porta”). O refrão “they say that it’s over / We’re lost children of the sea” (“dizem que acabou / Somos crianças perdidas do mar”) reforça a resignação diante do inevitável, enquanto o final apocalíptico com “The sky is falling down! ... The sun is going black” (“O céu está desabando! ... O sol está ficando negro”) intensifica a sensação de caos e perda total. A música usa imagens sombrias para tratar de temas universais como perda, fim de eras e desorientação, marcando a nova fase lírica trazida por Ronnie James Dio ao Black Sabbath.