15 de Junho de 2025, às 12:00
O significado de Everybody Wants To Rule The World certamente favoreceu o sucesso duradouro da música do Tears for Fears, que segue atual, mesmo tendo sido lançada há 40 anos, em 1985.
Um dos hinos da década de 1980, a faixa esconde por trás de sua batida leve e acessível uma poderosa reflexão sobre a natureza humana e os perigos do desejo desenfreado por poder e controle.
Inspirada pelo clima tenso da Guerra Fria, a música ecoa preocupações universais que continuam atuais: a instabilidade política, o medo de conflitos globais e a ambição que muitas vezes ultrapassa os limites da ética. Continue lendo para saber tudo sobre o hit!
Só é possível compreender plenamente o significado de Everybody Wants To Rule The World ao conhecer o contexto histórico por trás do maior sucesso do Tears for Fears e um dos grandes hinos dos anos 1980.
A canção foi lançada em 1985, no álbum Songs From The Big Chair, que marcou um ponto de virada artística e comercial para o duo Roland Orzabal e Curt Smith.
Com um som mais robusto, produção refinada e temáticas mais profundas, o álbum vendeu mais de 5 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e posicionou o grupo como protagonistas da chamada “segunda invasão britânica”.
Enquanto a Guerra Fria lançava sua sombra sobre o mundo, músicas que captavam o espírito da época encontravam forte ressonância com o público, e Everybody Wants To Rule The World capturou esse clima de tensão como poucas outras faixas conseguiram.
Por trás da melodia cativante, havia uma crítica mordaz à ambição humana, à sede de controle e às consequências destrutivas desse impulso.
A faixa foi composta por Roland Orzabal, o tecladista Ian Stanley e o produtor Chris Hughes, que também assumiu a produção da música, trabalhando com a banda na construção de um som que fugia do synth-pop mais rígido e experimental.
O resultado foi uma canção mais aberta, com batidas suaves, solos de guitarra melancólicos e um ritmo de “música de estrada”.
A música não fazia parte do plano original do álbum. Ela surgiu quase como um acidente criativo, uma adição de última hora durante as sessões finais de gravação de Songs From The Big Chair.
Roland Orzabal estava experimentando dois acordes simples no violão quando o produtor Chris Hughes percebeu o potencial do riff e incentivou a banda a desenvolver a ideia.
A composição e gravação da música foram feitas em apenas duas semanas — um tempo impressionantemente curto para um dos maiores sucessos da década.
Inicialmente, a canção tinha um tom mais direto e sombrio, com o título provisório de Everybody Wants to Go to War. No entanto, os artistas sentiram que soava excessivamente literal e preferiram um nome que deixasse espaço para múltiplas interpretações.
Assim, nasceu Everybody Wants to Rule the World, uma frase que mantém o peso da crítica, mas de forma mais sutil e poética — e há quem acredite que o título foi inspirado por um verso da música Charlie Don’t Surf, da banda The Clash.
Lançada durante um dos períodos mais tensos da Guerra Fria, Everybody Wants To Rule The World reflete sobre as forças geopolíticas e sociais que moldavam o mundo de então — especialmente o embate entre o capitalismo dos EUA e o bloco comunista da URSS.
A primeira estrofe da música deixa claro o tom distópico que será desenvolvido ao longo da letra. A frase inicial soa irônica, como uma recepção a um mundo marcado pela vigilância, conformismo e ausência de escolha.
Welcome to your life
Bem-vindo à sua vida
There’s no turning back
Não há volta
Even while we sleep
Mesmo enquanto dormimos
We will find you
Nós vamos te encontrar
O trecho sugere que a humanidade entrou em um caminho sem retorno, dominado pela ambição desenfreada e pela luta por poder, além de evidenciar um ambiente de controle total e vigilância constante, reminiscente da espionagem que marcou a Guerra Fria.
Na sequência, o convite à “melhor conduta possível” pode ser lido como uma crítica à imposição de comportamentos padronizados em regimes autoritários — fossem eles comunistas ou capitalistas — nos quais o cidadão ideal é aquele que não questiona.
Acting on your best behavior
Agindo da melhor maneira
Turn your back on Mother Nature
Vire as costas para a Mãe Natureza
Everybody wants to rule the world
Todos querem governar o mundo
Ao final da estrofe, o verso sugere o abandono do natural, do meio ambiente e da própria essência humana, em favor de um mundo artificial, urbano, industrializado e dominado pelo desejo de conquista.
Na segunda estrofe, o eu lírico reflete sobre as consequências pessoais desse desejo coletivo por dominação, lembrando que cada indivíduo é corresponsável por esse sistema. A música aponta para a cumplicidade silenciosa de todos, não apenas dos líderes políticos.
O pedido de ajuda remete à promessa do capitalismo ocidental: liberdade individual e consumo. Contudo, a frase “nada dura para sempre” oferece um aviso melancólico: a instabilidade é inerente tanto ao prazer quanto ao poder.
It’s my own design
É o meu próprio projeto
It’s my own remorse
É o meu próprio remorso
Help me to decide
Ajude-me a decidir
Help me make the most of
Ajude-me a aproveitar o máximo
A música continua, apresentando uma espécie de resistência secreta à medida que o colapso iminente parece inevitável, carregando um misto de esperança e frustração. Mesmo nas tentativas de resistência, o “sistema” é mais forte e tende a esmagar as alternativas.
There’s a room where the light won’t find you
Há um lugar onde a luz não irá te encontrar
Holding hands while the walls come tumbling down
Dando as mãos enquanto as paredes desmoronam
When they do I’ll be right behind you
Quando isto acontecer, estarei bem atrás de você
So glad we’ve almost made it
Tão triste que eles tiveram que apagar isso
Everybody wants to rule the world
Todos querem governar o mundo
O eu lírico expressa desconforto com uma sociedade que não sabe para onde vai, mas que insiste em manter o controle e é propensa à autodestruição.
Os versos trazem uma crítica direta à indecisão política e falta de perspectiva coletiva, dialogando com o conceito de destruição mútua assegurada, que sustentava o equilíbrio de poder entre EUA e URSS.
Ao repetir mais uma vez que “todos querem governar o mundo”, a música retorna ao ponto central: o desejo por controle não é exclusivo dos líderes. É um impulso humano, coletivo, que se manifesta em grandes guerras, mas também em pequenas ambições diárias.
Décadas depois de seu lançamento, Everybody Wants To Rule The World continua relevante. Em um mundo ainda marcado por desigualdades, disputas geopolíticas e crises, os temas da música permanecem atuais.
Em sua crítica ao poder e à ganância, a canção é um lembrete de que todos — líderes e cidadãos — têm responsabilidade no destino do planeta.
O resultado? Quatro décadas depois de seu lançamento, a faixa segue como um dos maiores marcos da música pop da década de 1980, alavancando a carreira da banda britânica Tears for Fears como uma referência atemporal do synth-pop e new wave.
Seu sucesso foi imediato: alcançou o número 1 na Billboard Hot 100 nos EUA e o número 2 nas paradas do Reino Unido, permanecendo no Top 5 britânico por seis semanas consecutivas.
Esse desempenho estrondoso rendeu à faixa o título de Melhor Single no Brit Awards de 1986, e foi homenageada pelo BMI Awards em 2015 ao ultrapassar 6 milhões de execuções no rádio.
Mais do que um hit radiofônico, a composição tornou-se uma espécie de assinatura musical do Tears for Fears, ao lado de Shout e Woman in Chains, e, não coincidentemente, foi constantemente revisitada, regravada e reinterpretada ao longo dos anos.
Entre os destaques estão aparições em filmes cult, como Donnie Darko, séries e programas de TV, como na novela britânica EastEnders, na série Glee e até no jogo de videogame Assassin’s Creed: Unity (2014).
A força melódica da canção garantiu-lhe uma ampla gama de covers e versões ao longo dos anos, de Gloria Gaynor a Weezer, Robbie Williams e Lorde, que emplacou sua versão na trilha sonora do filme Jogos Vorazes: Em Chamas (2013).
O significado de Everybody Wants To Rule The World mostra todo o talento lírico do Tears for Fears para contar histórias e pontuar críticas por meio da música. Por isso, te convidamos a conhecer as melhores músicas da banda para relembrar seus maiores hits!





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