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Legião Urbana: biografia da grande banda do rock nacional

Biografias · Por Renata Arruda

18 de Julho de 2020, às 19:00

Uma das maiores bandas de rock do Brasil foi a Legião Urbana. Formada nos anos 80 por Renato Russo, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos, a Legião conseguiu um feito para poucas: manter a longevidade sem se submeter aos padrões do mercado, alcançando um enorme sucesso de crítica e público.

Legião Urbana
Créditos: Divulgação

Já no primeiro álbum, lançado em 1985, emplacou hits como Será, Ainda É Cedo e Geração Coca-Cola, consideradas como algumas das melhores músicas da Legião Urbana e que fazem parte da memória afetiva de muita gente.

Em 1996, chegou ao fim de uma forma trágica: Renato Russo contraiu HIV e faleceu em outubro daquele ano. Mais de vinte anos depois, a Legião Urbana permanece sendo uma das bandas mais relevantes do rock nacional.

Vem saber mais sobre a biografia da banda!

Biografia da Legião Urbana: como tudo começou

A história da Legião Urbana começou na cena punk de Brasília, no final dos anos 70, muito antes da banda se formar de fato.

Renato Russo conheceu André Pretorius, que mais tarde integraria a Plebe Rude, e juntos formaram a banda Aborto Elétrico. Fê Lemos, hoje membro do Capital Inicial, e Ico Ouro Preto também faziam parte da banda.

Renato Russo na banda Aborto Elétrico
Banda Aborto Elétrico / Créditos: Divulgação

A Aborto Elétrico durou pouco. Devido aos inúmeros desentendimentos entre Renato Russo e Fê Lemos, a banda chegou ao fim e Renato passou a tocar sozinho, no formato voz e violão. Músicas como Eduardo e Mônica e Faroeste Caboclo, por exemplo, datam dessa fase.

Em 1982, Renato Russo conheceu Marcelo Bonfá e, finalmente, surgiu a Legião Urbana.

Legião Urbana a tudo vence

Para batizar a banda, os músicos se inspiraram em uma frase atribuída ao imperador romano Júlio César: Romana Legio Omnia Vincit (Legionários Romanos a tudo vencem).

Nesse caso, a sentença foi modificada para Urbana Legio Omnia Vincit (Legião Urbana a tudo vence).

Legião Urbana
Créditos: Divulgação

Mas por quê Legião Urbana? O motivo é simples: como Renato Russo e Marcelo Bonfá precisavam revezar os guitarristas e tecladistas no grupo, eles concluíram que a banda era formada por uma legião de músicos.

Primeira apresentação da Legião Urbana

Por incrível que pareça, o primeiro show da Legião Urbana foi em Minas Gerais. A banda se apresentou no festival Rock no Parque, ocorrido na cidade de Patos de Minas em 1982, com a sua primeira formação: Renato Russo no vocal e no baixo, Marcelo Bonfá na bateria, Paulo Paulista nos teclados e Eduardo Paraná na guitarra.

Legião Urbana em Patos de Minas
Legião Urbana em Patos de Minas / Créditos: Divulgação

Após o show, Paulo Paulista e Eduardo Paraná deixaram o grupo. Paraná foi substituído por Ico Ouro Preto, que não se adaptou bem à banda e logo foi substituído por Dado Villa-Lobos. Enfim, a Legião Urbana assumiu a sua formação clássica com Renato, Bonfá e Dado.

Um pouco antes das gravações do primeiro álbum, o baixista Renato Rocha entrou para a banda. Ele foi chamado para assumir o baixo após uma tentativa de suicídio de Renato Russo, que o deixou com o pulso esquerdo temporariamente incapacitado.

Do primeiro álbum ao sucesso nacional

No início dos anos 80, outra banda fazia sucesso na cena de Brasília: eram os Paralamas do Sucesso, cujos integrantes mantinham amizade com a Legião Urbana. O baixista Bi Ribeiro, por exemplo, havia estudado inglês com Renato.

Mas foi Herbert Vianna que apresentou uma fita demo com gravações de Renato Russo à gravadora EMI. A banda assinou o contrato em 1984 e, no ano seguinte, lançou seu primeiro álbum: Legião Urbana.

Capa do álbum Legião Urbana
Capa do álbum Legião Urbana / Créditos: Divulgação

Com forte engajamento político, a Legião fez enorme sucesso com músicas como Geração Coca-Cola, Ainda É Cedo, Será, Por Enquanto e Soldados. Qualquer receio que a gravadora tivesse com a banda foi dissipado e o triunfo abriu terreno para a gravação de seu segundo álbum, Dois.

Sucesso nos anos 80

Em seu segundo disco, a Legião Urbana encontrou aquele que seria seu estilo definitivo: uma mistura do hardcore com o pop rock e o folk, recheado de letras líricas e com profundidade política.

A ideia era que fosse lançado em formato duplo, com o nome de Mitologia e Intuição, mas o projeto foi recusado pela gravadora.

Contando com singles como Tempo Perdido, Eduardo e Mônica, Índios e Quase Sem Querer, Dois se tornou o segundo álbum mais vendido da banda e é considerado como um dos maiores do rock nacional até hoje.

Capa do álbum Dois, da Legião Urbana
Capa do álbum Dois / Créditos: Divulgação

Como a Legião não parava de crescer, a gravadora passou a pressioná-la para o lançamento de um novo disco. Assim surge Que País É Este 1978/1987, com os hits Que País É Este, escrito quando Renato Russo tinha apenas 18 anos, e Faroeste Caboclo.

Tumulto em Brasília

Com o sucesso da banda, em 1987 foi marcado um grande show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, com 50 mil ingressos vendidos.

O que era pra ser uma celebração acabou em tragédia: falhas na organização levaram o show a começar com mais de uma hora de atraso, causando um tumulto no público.

Quebra-quebra, bomba caseira e violência policial marcaram a apresentação, que ainda foi marcada pelo assédio de um fã que subiu ao palco e agarrou-se a Renato Russo. O vocalista, por sua vez, reclamou: não vim aqui fazer show para animais.

Show da Legião Urbana no Mané Garrincha
Show da Legião Urbana no Mané Garrincha / Créditos: Divulgação

A confusão terminou com 63 pessoas presas, mais de 200 feridas e uma onda de ódio à Legião Urbana. O baixista Renato Rocha deixa a banda, que quase encerrou suas atividades.

Após a confusão, a Legião só voltou a tocar em Brasília 20 anos depois da morte de Renato Russo.

Retorno aos estúdios e reviravoltas

Dois anos após o incidente, a Legião Urbana voltou aos estúdios para a gravação do seu quarto álbum, As Quatro Estações.

Lançado em 1989, é considerado como o mais inspirado da banda e também é o seu disco mais vendido, puxado pelo hit Pais e Filhos.

Outra canção que chamou a atenção foi Meninos e Meninas, na qual Renato Russo indicava ser bissexual. No ano seguinte, o vocalista assumiu sua homossexualidade.

Foi o início de um período turbulento para a Legião: em 1990, Renato descobriu ser soropositivo. Além disso, com o rompimento do seu relacionamento com o americano Robert Hickman, o poeta se afundou no vício em álcool e drogas.

Dos problemas surgiu o álbum V, que trata de questões pesadas como rompimentos e dependência química. Apesar do sucesso do single Vento No Litoral, o disco vendeu pouquíssimo.

Os anos finais

Nos início dos anos 90, a Legião Urbana lançou ainda o álbum O Descobrimento do Brasil. Foi também nessa época que Renato Russo lançou seu primeiro disco solo, The Stonewall Celebration Concert, todo em inglês.

Em 1995, aconteceu na cidade de Santos, em São Paulo, a última apresentação da Legião Urbana em sua formação clássica. No ano seguinte, foi lançado A Tempestade Ou O Livro Dos Dias, o álbum final da banda.

Capa do álbum A Tempestade ou O Livro Dos Dias
Capa do álbum A Tempestade Ou O Livro Dos Dias / Créditos: Divulgação

Melancólico, o disco traz algumas canções que sugerem uma despedida, como os versos de Música Ambiente, que dizem quando eu for embora, não chore por mim. 21 dias após o lançamento, Renato Russo faleceu por complicações da AIDS, no Rio de Janeiro.

A banda encerrou suas atividades onze dias após a morte de Renato Russo, vindo a lançar ainda três álbuns póstumos: Uma Outra Estação, Mais do Mesmo e Acústico MTV, devido ao contrato com a gravadora.

O legado da Legião Urbana

Ao longo das décadas seguintes, inúmeras coletâneas e álbuns póstumos foram lançados. Além disso, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá participaram de shows organizados como tributo à banda.

Estes shows incluem uma apresentação feita no Rock in Rio 4, em 2011, em conjunto com a Orquestra Sinfônica Brasileira, e um MTV Ao Vivo, gravado em 2012, com Wagner Moura assumindo os vocais principais.

Em 2015, após uma briga judicial com a família de Renato Russo, Dado e Bonfá conseguiram o direito permanente de usar o nome da Legião Urbana e, posteriormente, montam o projeto Legião Urbana XXX Anos, com uma série de shows.

O sucesso das apresentações é a maior prova do quanto o legado da Legião Urbana permanece vivo a cada geração.

Frases da Legião Urbana

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Frases Legião Urbana