O que é ópera? Conheça o gênero que combina música e teatro

Saiba tudo sobre a ópera, um estilo de manifestação artística de une diversas artes, como o canto, a música, a dança e o teatro.

Curiosidades · Por Ana Paula Marques

11 de Maio de 2025, às 12:00


Você sabe o que é ópera? Esse gênero artístico fascinante combina música, canto e teatro em uma expressão poderosa, para criar uma experiência cênica e emocional, capaz de transportar o público para mundos de paixão, drama, heroísmo e tragédia.

O que é ópera
Créditos: Reprodução/Youtube

Da inspiração na Grécia Antiga às origens italianas durante o Renascimento, passando pelas modernizações ao longo dos séculos até chegar à era contemporânea, a ópera mantém sua relevância até os dias de hoje, reinventando-se por meio de novas produções. 

Admirada por apaixonados pela música clássica e pelos entusiastas da dramaturgia, a ópera certamente é um gênero que continua sendo uma das mais sofisticadas formas de expressão artística da humanidade — e neste texto você vai descobrir tudo sobre ela!

O que é ópera? Conheça a origem e a evolução do gênero

Mas, afinal, o que é ópera? Trata-se de um gênero artístico que combina música, canto e teatro. Assim, em vez de o texto ser apenas falado, na ópera ele é quase inteiramente cantado, acompanhado por uma orquestra ou por um conjunto instrumental. 

Dessa forma, o gênero combina diferentes linguagens artísticas — poesia, dramaturgia, música, artes visuais e, muitas vezes, dança — para criar uma experiência estética total, que busca comover e impressionar o público, por meio da fusão de som, imagem e emoção.

O termo deriva do latim “opus”, que significa “obra”, “trabalho”. Ou seja, é, em essência, uma grande obra, que une compositores, libretistas, cantores, músicos, diretores de cena, figurinistas e cenógrafos, para criar um espetáculo que transcende a música e o teatro. 

O que torna a ópera um estilo tão diferente?

A ópera se distingue por características próprias que a tornam única, a começar pelos elementos musicais que utiliza, como as árias, solos melódicos, nos quais os personagens expressam sentimentos intensos.

A estrutura também pode incluir recitativos, que aproximam a música da fala para conduzir a narrativa, coros, duetos, trios e outras formas de conjuntos vocais.

A orquestra acompanha os cantores e estabelece uma atmosfera emocional, sublinhando tensões dramáticas e dando vida ao mundo sonoro. 

Estruturalmente, a ópera é dividida em atos e cenas, que podem incluir ou não diálogos falados, como ocorre na opéra comique francesa ou no singspiel alemão, o que torna as obras mais próximas de peças teatrais tradicionais.

O enredo segue uma lógica teatral, com exposição, conflito, clímax e desfecho, embora a música tenha igual ou maior importância do que a narrativa textual. Além disso, os espetáculos utilizam recursos como figurinos elaborados e iluminação cênica.

O que é ópera: a história e a evolução do gênero

A ópera surgiu no final do século XVI em Florença, na Itália, como uma tentativa de unir música, poesia e teatro em uma única expressão artística. 

A primeira ópera conhecida é Dafne de Jacopo Peri, mas foi Claudio Monteverdi, também no final do século XVI, quem estabeleceu as bases do gênero, com obras como L’Orfeo

Durante o século seguinte, o gênero se expandiu pela Europa, ganhando popularidade especialmente entre a burguesia em ascensão, o que impulsionou a construção de teatros dedicados exclusivamente a esse tipo de espetáculo.

A revolução romântica e a modernização da ópera

Como todas as formas de arte, a ópera também reflete as transformações dos períodos históricos em que foi criada. 

O século XIX trouxe transformações que ajudaram a definir o que é ópera. O Romantismo, com sua valorização das emoções intensas e do nacionalismo, impactou diretamente o gênero. 

As orquestras cresceram, as vozes precisaram ser mais potentes e a música buscava uma expressão dramática mais direta. Nesse período, o equilíbrio formal e a clareza estrutural ganham destaque, como se vê nas obras de Mozart.

Enquanto isso, Richard Wagner revolucionava a ópera alemã. Criou o conceito de drama musical, em que música, poesia, encenação e cenografia se fundiam em uma unidade artística total, o que estimulou o surgimento de escolas de ópera em diversos países.

Na virada do século, compositores como Giacomo Puccini incorporaram o Realismo à ópera, descrevendo cenas com riqueza musical e emocional, como nas obras La Bohème e Tosca.

O século XX transformou a ópera de maneira irreversível graças ao avanço tecnológico, à globalização e a novas linguagens musicais que expandiram seus horizontes. 

A experimentação, o minimalismo, o expressionismo e o cruzamento entre culturas e estilos expandiram as fronteiras do que se pode entender como ópera, tornando o gênero mais diverso e multifacetado do que nunca.

O estilo passou a dialogar com o cinema, a televisão e, mais recentemente, com o streaming, alcançando públicos de todas as partes do mundo, desafiando fronteiras tradicionais e provando que a ópera permanece viva, pulsante e eternamente atual.

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Quais são os tipos de ópera?

Enquanto forma artística em constante transformação, a ópera desenvolveu, ao longo dos séculos, diversos subgêneros e estilos que refletem as mudanças de gosto, as evoluções culturais e as tendências estéticas de cada época. 

De maneira geral, há dois grandes tipos principais: a ópera séria e a ópera cômica, ou buffa, além de categorias específicas, como a grand opéra e as óperas contemporâneas, que experimentam novas possibilidades sonoras e cênicas.

Um dos principais subgêneros é a ópera séria, centrada em temas dramáticos, emocionais e heroicos, predominante na Itália barroca e destinada a retratar personagens mitológicos ou históricos com grande intensidade emocional. 

Em contraposição, surgiu a ópera cômica, ou buffa, que aborda situações cotidianas com humor e crítica social, muitas vezes retratando personagens do povo em tramas leves e ágeis. 

No século XIX, especialmente em Paris, desenvolveu-se a grand opéra, caracterizada por produções monumentais, cenários luxuosos, grandes elencos e histórias épicas, muitas vezes de caráter histórico. 

Já no século seguinte e além, a ópera contemporânea passou a incorporar estilos modernos e experimentais, como o minimalismo, o expressionismo e a música eletrônica, explorando novas possibilidades narrativas e sonoras.

O que é a ópera contemporânea?

A ópera contemporânea muitas vezes incorpora elementos experimentais, mesclando estilos tradicionais com novas linguagens sonoras, eletrônicas e multimídia à produção. 

Algumas obras propõem até mesmo narrativas fragmentadas, experimentando com a atonalidade ou utilizando recursos do teatro moderno, do cinema e da performance artística.

E continuam a surgir gênios do estilo. Compositores como Benjamin Britten, Philip Glass, John Adams e Kaija Saariaho demonstram como a ópera pode se renovar continuamente, dialogando com as tendências culturais e os questionamentos de seu tempo. 

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Conheça os nomes das músicas clássicas mais famosas

Agora que você sabe mais sobre a ópera, vale a pena conhecer também as músicas clássicas mais famosas — aquelas melodias que muitos reconhecem de imediato, mas que poucos sabem exatamente como se chamam. 

Você vai redescobrir obras-primas que atravessaram gerações e continuam a ecoar no imaginário coletivo!

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