Body Count

Contraste social e denúncia em “Body Count”

“Body Count”, da banda Body Count, começa com uma comparação direta entre a vida idealizada das famílias brancas retratadas em programas como “The Cosby Show” e “Ozzie and Harriet” e a dura realidade de South Central, Los Angeles. Essa abertura evidencia o abismo social e racial nos Estados Unidos, destacando como a violência e a morte precoce fazem parte do cotidiano das comunidades negras, enquanto a elite branca vive distante dessa realidade. O verso “the world's insane while you drink champagne and I'm livin in black rain” (o mundo está louco enquanto você bebe champanhe e eu vivo sob chuva negra) resume essa desigualdade, mostrando a indiferença dos privilegiados diante do sofrimento alheio.

A letra tem um tom revoltado e agressivo, especialmente nos gritos repetidos de “Tell us what to do... Fuck you!” (Diga o que fazer... Vai se foder!), que expressam a recusa em aceitar ordens de autoridades e políticos desconectados da realidade das periferias. O trecho “Last weekend 37 kids killed in gang warfare in my backyard” (No último fim de semana, 37 crianças foram mortas em guerras de gangues no meu quintal) reforça a banalização da morte e a sensação de impotência diante da violência urbana. O contexto do álbum, que aborda temas como racismo, violência policial e desigualdade, deixa claro que “Body Count” é um grito de denúncia e frustração, exigindo atenção e mudança em um sistema que perpetua a exclusão das minorias.