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Em “.223”, lealdade ao 517, ostentação e desejo de paz

Em “.223”, BONES contrapõe ambição e proteção familiar. De um lado, a imagem fúnebre e luxuosa de “24 karat cover my tomb” (24 quilates cobrem meu túmulo). Do outro, o plano de sair do corre urbano em “I need me some acres / Raise my son right” (preciso de uns hectares / criar meu filho do jeito certo). A âncora identitária surge em “517 until the grave” (517 até o túmulo), selando lealdade a Michigan, enquanto o título adotado como calibre reforça prontidão defensiva. A persona impõe limites com “Touch the paint, you get beat / Touch the ice, feel the heat” (encostou na pintura, apanha / tocou no gelo, sente o calor) e explicita armamento em “AUG and that bitch blow, blow” (AUG e essa porra dispara, dispara).

O luxo é status e escudo: “Prototypes on my feet” (protótipos nos meus pés) e “Hundred fifty dollar candles” (velas de 150 dólares) aparecem ao lado do consumo em “only purchasin’ in pounds” (só compro em libras). A coesão do grupo sustenta a postura de rua em “With the team, never ever solo” (com a equipe, nunca, jamais sozinho) e no grito “SESH” (SESH, sua crew). Os duplos sentidos amarram cultura de carros e ameaça: “Hit the switch and get to droppin’ / Got a ‘64 with hydraulics” (bato o switch e começo a derrubar / tenho um 64 com suspensão hidráulica) liga o lowrider ao “droppin’” de corpos. Quando afirma “Don’t make me go back to the shit I used to do” (não me faça voltar às merdas que eu fazia), o desejo de sair da cidade volta à tona. Mas a pressão permanece: “Habits that I got demand a lot of my account” (os hábitos que eu tenho exigem muito da minha conta). Entre fidelidade ao 517, brilho e calibre, o retrato é de poder e vigilância, com vontade real de envelhecer em paz.