Oxalá

Reflexão sobre fé e autodescoberta em "Oxalá" de BRAZA

A música "Oxalá", do BRAZA, explora a busca pelo autoconhecimento e equilíbrio como uma responsabilidade individual, mesmo diante de diferentes tradições espirituais. O nome Oxalá, associado à criação e à paz nas religiões afro-brasileiras, é usado aqui não apenas como referência religiosa, mas como símbolo da pluralidade de fé e da necessidade de cada pessoa trilhar seu próprio caminho. Essa ideia se conecta à fala do vocalista Danilo Cutrim, que, apesar de se declarar ateu, reforça que "somente você pode se salvar" – mensagem refletida no verso "Só você pode se conhecer / Seu equilíbrio, sua verdade".

A letra mistura práticas como subir escadarias para se benzer, consultar os astros e batizar-se no mar, mostrando que a busca por sentido e proteção pode assumir várias formas, mas a verdadeira transformação é interna. O trecho "Fé é confiança, no que quer que se invista / Tem fé o ateu, tem fé o cientista" amplia o conceito de fé para além da religião, indicando que acreditar em algo, seja espiritual ou racional, faz parte do processo de autodescoberta. A música também aborda a dualidade humana, como em "Você, seus anjos e seus demônios", e destaca a importância de aprender com as próprias dores e escolhas, sem esperar por uma salvação externa: "Só não espero a providência pra encontrar a minha essência / Pois não há um salvador que nos tire essa incumbência". Assim, "Oxalá" valoriza a diversidade de crenças, mas enfatiza que equilíbrio e verdade são conquistas pessoais, alcançadas por meio de reflexão, desapego e coragem.