Isso É Rio de Janeiro (part. Jottx)

Contrastes e resistência em “Isso É Rio de Janeiro (part. Jottx)”

“Isso É Rio de Janeiro (part. Jottx)”, de Break, faz um retrato direto e contundente das contradições do Rio de Janeiro. A música contrapõe a imagem turística da cidade, frequentemente mostrada na mídia, com a realidade difícil das comunidades. O refrão já deixa clara essa crítica: “Cidade maravilhosa, mas só pela televisão”, mostrando que a beleza do Rio muitas vezes só existe para quem vê de fora. A letra destaca a violência, a presença de facções e a falta de oportunidades, como no verso “No RJ pra viver tem que ter sagacidade, muita atividade pra tu não virar saudade”, que evidencia a necessidade de estar sempre atento para sobreviver. O trecho “menor quis ser doutor, mas não foi dessa vez, foi de bala perdida, morreu aos 16” ilustra a perda precoce de jovens e o impacto da violência cotidiana.

A música também denuncia o papel da mídia, que “omite” e “esconde a verdade”, preferindo reforçar estigmas e explorar tragédias das favelas como entretenimento, como em “A mídia só fala de nós que é pra gerar matéria”. A desigualdade social aparece em versos como “nunca tem operação no condomínio da barra, trabalhador pela favela é despertado na bala”, mostrando a seletividade da violência policial. Apesar do cenário difícil, a letra traz esperança e valoriza a resistência das comunidades: “eu vim pra trazer esperança que tiraram na marra” e “são talentos que são moldados em becos e vielas”. Break, vindo de Duque de Caxias, usa sua vivência para dar autenticidade à música, que também ganhou destaque ao ser incluída no mod “Call of Duty Rio”, reforçando seu papel como símbolo cultural das contradições cariocas.