LosT

Alienação e dor emocional em “LosT” de Bring Me The Horizon

Em “LosT”, do Bring Me The Horizon, a sensação de alienação e fuga da realidade é evidente logo no início, especialmente na referência direta a “Watching Evangelion with a big fat slug of ketamine” (Assistindo Evangelion com uma grande dose de ketamina). O uso de uma substância dissociativa enquanto assiste a um anime conhecido por abordar depressão e existencialismo reforça o clima de desorientação e a busca por alívio do sofrimento mental. Oliver Sykes, vocalista da banda, já descreveu a música como uma “sessão de terapia consigo mesmo”, o que se reflete na honestidade da letra ao expor sentimentos de inadequação, isolamento e autodestruição.

A música traz perguntas repetidas como “Why am I this way?” (Por que eu sou assim?) e expressa frustração com “stupid medicine, not doin' anything” (remédio idiota, não faz nada), mostrando a luta contra a depressão e a impotência diante de tratamentos que não funcionam. O verso “The next time that I open up to someone will be my autopsy” (A próxima vez que eu me abrir com alguém será na minha autópsia) revela o desespero e a dificuldade de buscar ajuda, sugerindo que o protagonista só será compreendido após a morte. A expressão “red crescent moons all over my hands” (luas crescentes vermelhas por toda a minha mão) faz referência a marcas de automutilação, um símbolo do sofrimento interno. O refrão “I'm so terribly lost” (Estou tão terrivelmente perdido) resume o sentimento central da faixa: a perda de direção e o não pertencimento, temas que refletem tanto a experiência pessoal de Sykes quanto a influência do emo pop e pop punk na sonoridade da música.