Mandolin Rain

Memórias e saudade em “Mandolin Rain” de Bruce Hornsby & The Range

Em “Mandolin Rain”, Bruce Hornsby & The Range usam a imagem da chuva e do bandolim como símbolos da saudade e da tristeza que acompanham a lembrança de um amor perdido. O bandolim, além de marcar a sonoridade da música, representa a persistência dessas emoções, que voltam sempre que o narrador se recorda da pessoa amada. Elementos naturais como a chuva e o vento, junto com instrumentos típicos do bluegrass, criam uma atmosfera sulista e reforçam a ligação entre as memórias afetivas e o ambiente. Isso aparece em versos como “Listen to the music on the lake” (Ouça a música no lago) e “She did love the sound of a summer storm” (Ela realmente amava o som de uma tempestade de verão), mostrando como sons e paisagens se tornam gatilhos para a saudade, algo confirmado pelo próprio John Hornsby ao falar sobre a inspiração da letra.

A música alterna entre lembranças felizes — como se proteger da chuva em uma tenda de carnaval ou dançar ao som de uma banda de bluegrass — e a dor da ausência, expressa em frases como “Listen to my heart break every time she runs away” (Ouça meu coração se partir toda vez que ela vai embora). Termos como “banjo wind” e “mandolin rain” funcionam como metáforas para a tristeza constante, sugerindo que música e natureza estão ligadas às emoções do narrador. O refrão repetitivo reforça a ideia de que a saudade é cíclica, voltando sempre que uma lembrança é despertada. Assim, “Mandolin Rain” transforma uma experiência pessoal de perda em uma narrativa universal, onde a música serve tanto de consolo quanto de lembrança do que foi perdido.