Te Abraçar

O céu se rende ao desejo em “Te Abraçar”, de Brunna

A canção de Brunna inverte o clichê: não é alguém que mira a lua, é a própria lua que tenta conquistar o amado. Ao convocar anjos, sol e estrelas como admiradores, transforma o desejo de “te abraçar” numa força que parece mover o céu. A narrativa é direta: a pessoa amada surge, “os anjos se juntaram / e do Céu vieram admirar”, e a ordem cósmica se rende ao seu encanto. O verso “Até a lua quer te conquistar / e aos teus pés se jogar” personifica o astro para marcar que a beleza do outro foge do comum, enquanto “teu sorriso alegre como o sol / e o brilho das estrelas em teu olhar” fixa a idealização em imagens de luz. Em comentários na web, esse repertório celeste é citado como recurso para elevar o sentimento ao limiar do divino.

Predominam encantamento, ternura e um desejo manso de proximidade, condensado no gesto do abraço. A repetição de “igual a mim” e do refrão “De te abraçar” (em loop ao longo da faixa) funciona como um mantra afetivo: insiste sem agressividade e gruda no ouvido. Ao dizer que “por onde andar / todos vão querer / pra valer / te abraçar”, a canção exalta o amado como universalmente atraente, mas mantém o foco no eu que canta: estar perto, envolver e celebrar o outro num abraço que sintetiza toda a admiração e o calor que movem a música.