A Vida é Um Presente

“A Vida é Um Presente”: o amor como legado que fica

“A Vida é Um Presente” transforma um acerto de contas com o tempo em um guia prático de prioridades: no fim, só o amor permanece. O verso “Eu fui falar com Deus” tira a narrativa do mero arrependimento e a leva para uma reflexão espiritual que dá peso ao conselho direto de “Ame mais, sorria mais”. A letra encara a passagem do tempo (“A vida passa depressa / O tempo não esperar”) e admite perdas por descuido: “Abraços que não dei / Palavras que eu tinha que ter falado”. Ao contrapor “A gente adquire bens / E perde os tesouros”, “tesouros” significa tempo, afeto e presença. Tudo converge para “no final só o amor dá pra deixar” diante de “um dia tudo vira pó”. Já “Não devo amor pra ninguém” pode soar desapego, mas aqui quer dizer ter “quitado” as dívidas de afeto em vida: não adiar gestos e palavras.

O contexto reforça essa leitura. Lançada em 25 de junho de 2021 e composta por Pr. Lucas, a canção incentiva explicitamente a “amar e sorrir mais” e sustenta que “o amor jamais morrerá”, ideia refletida em versos como “Ame mais, sorria mais / o amor jamais irá morrer”. Esse foco no amor como legado dialoga com a mensagem divulgada sobre a faixa e se encaixa no estilo de Bruno e Barretto, dupla que combina o sertanejo tradicional a influências contemporâneas para comunicar verdades universais com linguagem direta. No fim, “A Vida é Um Presente” funciona como lembrete sereno: valorizar o que não volta (tempo, gestos, palavras) e investir no que fica — o amor compartilhado.