
Pedaço de Poema
Bruno & Marrone
Como “Pedaço de Poema” revela a fonte da inspiração
Mais do que uma declaração romântica, “Pedaço de Poema”, de Bruno & Marrone, fala do fazer artístico e do preço da autenticidade. O narrador tenta abandonar o tema amoroso — promete “falar em coisa que jamais alguém falou” e “deixar de lado as coisas do coração” —, mas, ao expulsar o amor do texto, “meu talento fraquejou”. A hipérbole “a própria natureza me invejou” marca a confiança inicial antes da queda. Lançada em 1995, no álbum Bruno and Marrone: Vol. 1, a canção assume essa frustração e confirma, como apontam leituras críticas, a interdependência entre amor e inspiração na tradição poética brasileira.
A virada está no refrão-confissão: “tu és em minha vida, minha glória, minha fé / e que sem ti sou um poeta sem valor”. A frase funciona como devoção e como reconhecimento de que, sem experiência afetiva, a arte perde sentido. Por isso ele desfaz a obra: o “pedaço de poema tão bonito” é rasgado “em pedacinhos”, gesto de não concluir um texto que omite a fonte real da beleza. “Alguma coisa atormentou meu pensamento” pode ser lida como bloqueio criativo ou recusa consciente a trair a própria verdade. No fim, a música abraça uma lição simples e melancólica: lembrar “certos momentos” devolve a voz; sem a imagem dela, “nem verso meu verso é”. Essa leitura conversa com o sertanejo romântico dos anos 90 e com a tradição brasileira em que a vida vivida — a musa, a memória, a emoção — sustenta a canção.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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